Aos poucos, o espectador entra em um mundo de fragmentos íntimos da vida de um pai e filho americanos, brancos e loiros, que querem um "mundo melhor". Com cortes e voltas à história familiar, somos transportados para Uganda, na África, onde um 'homem mau' - como o pai descreve ao filho o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês) Joseph Kony - sequestra mais de 30 mil crianças e faz delas soldados de seu grupo guerrilheiro.
O vídeo de quase 30 minutos mostra a formação da organização não-governamental 'Invisble Children' (Crianças Invisíveis) e sua estratégia de ação para eliminar o LRA: tornar Kony, procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, famoso usando as redes sociais e, com apoio de artistas, pressionar o governo americano a enviar tropas para Uganda. No ano passado, Obama enviou 100 militares para ajudar na captura de Kony - fato apontado como uma vitória no vídeo.
Sim, para Jason Russell, co-fundador da ONG, a solução é basicamente mandar soldados americanos para o país africano e manter os que já estão lá. A polêmica estava lançada: para muitos críticos, o maniqueísmo mostrado no vídeo serve para estimular uma nova forma de colonialismo e militarização da região em uma luta antiga - afinal, o LRA, que existe desde a década de 1980, já perdeu muito de seu poder e migrou seu local de atuação de Uganda para o Congo e a República Centro Africana.