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domingo, 25 de março de 2012

Vídeo de ONG para combater guerrilheiro de Uganda irrita africanos

Os primeiros minutos do vídeo 'Kony 2012', visto por 76 milhões de pessoas no YouTube desde que foi postado no começo de março, mostram o planeta Terra, falam de novas tecnologias e de como é mais rápido se comunicar e interagir hoje do que em décadas atrás.
Aos poucos, o espectador entra em um mundo de fragmentos íntimos da vida de um pai e filho americanos, brancos e loiros, que querem um "mundo melhor". Com cortes e voltas à história familiar, somos transportados para Uganda, na África, onde um 'homem mau' - como o pai descreve ao filho o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês) Joseph Kony - sequestra mais de 30 mil crianças e faz delas soldados de seu grupo guerrilheiro.

O vídeo de quase 30 minutos mostra a formação da organização não-governamental 'Invisble Children' (Crianças Invisíveis) e sua estratégia de ação para eliminar o LRA: tornar Kony, procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, famoso usando as redes sociais e, com apoio de artistas, pressionar o governo americano a enviar tropas para Uganda. No ano passado, Obama enviou 100 militares para ajudar na captura de Kony - fato apontado como uma vitória no vídeo.
Sim, para Jason Russell, co-fundador da ONG, a solução é basicamente mandar soldados americanos para o país africano e manter os que já estão lá. A polêmica estava lançada: para muitos críticos, o maniqueísmo mostrado no vídeo serve para estimular uma nova forma de colonialismo e militarização da região em uma luta antiga - afinal, o LRA, que existe desde a década de 1980, já perdeu muito de seu poder e migrou seu local de atuação de Uganda para o Congo e a República Centro Africana.